domingo, 6 de abril de 2008

Texto grande para que as pessoas nem pensem em ler (21/10/2007)

Acho vazio. Acho raso. Acho aflitivo. Como todas aquelas pessoas sabem o que realmente querem fazer da vida? Deve ser inveja. Não me encaixei na forminha proposta pela melhor universidade do país. Não adianta. Pode ser que eu queria ser jornalista, mas nunca naquele modelo pré-estabelecido.

As pessoas-modelo me encantam, daria muito para estar em seus lugares - mas assim parece o caminho mais fácil.

Nesta confusão toda, algumas certezas. O que eu gosto é "gente". De alguma maneira quero trabalhar com as pessoas, trazer felicidade (é, eu sei que eu sou Poliana!) ou alguma coisa que esteja perto de um sorriso. Mas o quanto eu quero me afastar destas pessoas pra fazer as notícias. Quero estar dentro, inserida com intensidade. Isso não é muito bom para o jornalista que deve procurar ser isento.

Neste ponto, a Atlética é a realização. Nestas últimas semanas, me questionei muitas vezes sobre a validade de se doar para uma instituição. Palavras de Perseu Abramo me deram um pouco de conforto, mostraram que a participação e doação dos estudantes está no seu DNA. Quero representar, ser representada, a participação tão cultuada deve ser exercida em todas as esferas. De que adianta querermos participação política no país, se em nossa própria escola agimos como inertes?

Representação no campo dos esportes, sim, mas a ausência de inércia e o aprendizado compensam. "Ser" a ECA em algumas situações é algo poderoso. Por uns instantes você não é sozinho, é entidade. Lidar com estes tipos de questionamentos, organizar e hierarquizar isto dentro da minha cabeça é uma realização pessoal.

Após o aval de Perseu, a última Quinta i Breja lavou a alma. Tinhamos acabado de fechar o jornal. Tensão. Nervosismo. Cansaço. Mas lá fui eu cumprir minhas obrigações. No bar, lá estavam os novos atleticanos se divertindo. Tudo se encaminhava bem. Uma roda de violão improvisada estava animando. Todo mundo rindo, se divertindo.

Sentei em cima do frezer, olhei aquilo tudo como se estivesse de fora. E a sensação de ter sido uma parte, mesmo que pequena, daquilo me deu uma felicidade enorme. Deve ser isso que os livros de auto-ajuda chamam de "realização pessoal". Foi lindo, bonito mesmo. Estava com meus amigos, na ECA, fazendo um bando de desconhecidos se divertir.

Valeu tanto a pena. Cada aula matada, cada trabalho atrasado. Meu reino por uns sorrisos. É fácil assim. Será que eu nasci pra fazer eventos? Rpéia? Que seja, não quero tentar me encaixar em outras forminhas... Vai que eu sou jornalista e não sei!

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu adoraria saber o que fazer da vida!

caio paganotti disse...

eu entendo exatamente o q vc sentiu.