segunda-feira, 19 de março de 2012

E eu, que desaprendi a escrever. E eu, que diante da felicidade travo com as palavras. Eu que na tristeza extrema já não organizo mais meus pensamentos em histórias alheias. Talvez as dores cresçam tanto com o tempo que não sejam mais facilmente transferíveis para roteiros simples das vidas de outras pessoas. Em uma vida em que tudo ganha significado, as dores também viram objetos de posse.

E eu, que já não sonho mais acordada com medo da discrepância entre o roteiro da imaginação e o roteiro da vida. Eu, que preciso de férias dos significados que atribuo ãs coisas.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Quando o seu exemplo de vida explode na sua cara sem poupar nenhum detalhe do processo. Os estilhaços todos atingindo seu rosto, como se eles não soubessem que ali está uma pessoa e não um pedaço extra de ar. E os pedaços que atingem as pessoas acabam ensinando muitas coisas.

O exemplo de vida fica totalmente arruinado, claro, na condição de ter explodido na cara de todos. E quem o tomava como exemplo fica sem ter diante do que criar.
Nunca se esqueça do dia em que ela falou que você estava radiante e a única coisa que tinha mudado era a ausência da vermelhidão do choro nos seus olhos.