domingo, 20 de novembro de 2011

O final de ano se aproxima, forçosamente unindo famílias que conseguiram se manter separadamente em paz durante o ano. Todos são colocados ali, na mesma sala. Poucos se dão conta do fenômeno.

Para a garota, aquela data exacerbava um senso de solidão constante ao longo do ano. Ali, se sentia mais diferente do que nunca. O Natal sempre trazia aquela sensação, mas até viver algo diferente não conseguia entender. Aos 7, começou a duvidar de todo aquele 'cristianismo'. Estava sozinha. Aos 14, decidiu que faria o necessário para conhecer o mundo. Estava sozinha.

Era assim até encontrar uma parte de si, que andava perdida. Essa parte lhe acalmava um pouco os ânimos da busca pelo resto do corpo. Mas, no Natal, aquilo tudo lhe era jogado na cara. Era diferente, não tinha fé, não tinha o humor correto.

Sempre fora diferente de tudo ao seu redor. E aquela sensação voltava todo fim de ano.